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domingo, 19 de junho de 2011

Supremacia no YouTube

Emissoras, gravadoras, produtoras e derivados comandam o site com direitos autorais. Será que o maior site de vídeos ainda é pra todos?


Que a gente encontra de tudo no YouTube, todo mundo tá cansado de saber que sim. Comerciais antigos, vídeo clipes, shows, propagandas, vídeos caseiros, pegadinhas, sustos, brincadeiras, tudo é muito fácil de acessar apenas buscando a palavra chave correta. Mas o que o site pregava em seu lançamento no ano de 2005, de que qualquer usuário pode postar o vídeo que criar e produzir, já há muito tempo não é mais válido.

Isso porque o YouTube tornou-se mais do que um site de descontração e entretenimento inocente. Após constatar que o portal simplesmente era o maior site de vídeos do mundo, produtoras, gravadoras e empresas do ramo eletrônico trataram de ‘vir pegar o que é seu por direito’ e cobrar direitos autorais de vídeos enviados pelos usuários. Assim, dependendo da decisão que o detentor toma, o vídeo pode acabar por ser excluído e a conta do usuário encerrada pelo site. Justo? Longe disso.

Eu próprio já fui vítima de incontáveis exclusões de canal, tendo que criar um novo canal e sempre correndo o risco constante de ter o mesmo deletado pela majestade dos direitos autorais. Sim, porque nenhum usuário do YouTube está livre disso. Se você brincar com um pedaço de filme, se dançar, cantar ou parodiar uma canção famosa ou se postar alguma entrevista que já foi exibida na televisão internacional, produtoras de filmes como Columbia Pictures, gravadoras como Sony e Warner Music e emissoras de TV como ABC e BBC podem recorrer a ‘detenção dos direitos ‘ e você corre o risco de ter seu vídeo deletado pois o material utilizado não é seu. Mas espera, se você não está lucrando com isso, não está pirateando nem vendendo e nem afirmando que é seu, então por que raios os detentores decidem excluir o vídeo? Acontece que a decisão depende da empresa detentora.

Umas resolvem permitir a postagem do vídeo, só que com o diferencial de que propagandas e links apareçam próximos a tela de exibição e que cada visita a eles rendam uns centavos aos verdadeiros detentores.

Outros decidem bloquear o vídeo em alguns países ou regiões. Por exemplo, quem envia um vídeo do Brasil tem que rezar pra que a detentora não proíba a exibição do conteúdo em terras verde e amarelas, senão lá se vai seu churrasco de domingo, e tudo porque você tocou Michael Jackson ou Rihanna durante a festa e o som saiu audível demais no vídeo.

Já outros resolvem sem mais nem menos deletar o vídeo do canal do usuário e ainda por cima (se passar de três exclusões na mesma conta) encerrar pra sempre o cadastro do membro tornando todo o material postado e seus dados (vídeos, amigos, inscritos, inscrições, comentários) irrecuperáveis ao dono do canal.

Com isso, o YouTube torna-se bem mais estreito e não tão aberto a todos que desejam postar vídeos como dizem ser. Enquanto vídeos baixos, de conteúdo malicioso, crimes, vícios, acidentes e etc continuam por lá, outros mais úteis e interessantes acabam sendo vítimas das toda poderosa detentora dos direitos.

O YouTube com certeza lucra e respeita as decisões tomadas pelas detentoras dos direitos dos vídeos, mas e como ficam os direitos do usuário?