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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Buchecha volta repaginado em Adesivo!

Novo álbum do artista chegou em fevereiro e já conta com turnê e DVD marcados


Desde o fim do mês passado, o cantor Buchecha havia anunciado que um novo álbum estava em produção para ser lançado em 2014. Como carro chefe de divulgação, a nova música "Frutilly" (em alusão ao antigo sorvete da Kibon) foi apresentada por Buchecha nas rádios do país e em programas de auditório na televisão, o que deixou claro que seu estilo melódico dos tempos com o parceiro Claudinho ainda estava presente. Porém não é o que se pode dizer do restante do álbum do qual a música faz parte, Adesivo, lançado em fevereiro deste ano.


O cantor classifica o novo projeto como uma "volta as origens," com um som no estilo de quando a dupla Claudinho & Buchecha estourou, mas é claro que não seria possível fugir, ao menos não totalmente, do novo funk melody que toca nas rádios do Brasil. Os produtores dos novatos Anitta e Naldo trabalharam no disco, o que fica claro em faixas como "Mo Mo Mo" e "Faz Pirar," carregadas de um estilo mais eletrônico do que o melody propriamente dito, lembrando um dos últimos hits "Hot Dog." Buchecha revelou em entrevistas que, além de Lulu Santos e Michael Jackson, a inspiração principal para a formulação do álbum é o som da banda Black Eyed Peas.

O repertório, em seu geral, é mais apelativo e picante do que os álbuns da dupla que conquistou o Brasil em 1995. As letras estão mais fortes, com palavras que antes Buchecha não usava com tanta frequência em seus singles. Ainda assim, como o cantor já confessou em entrevistas, é possível ouvir que o dicionário continua um forte aliado nas composições do artista, pois palavras pouco utilizadas em nosso vocabulário como "refulgem", "debalde" e "tropel" aparecem nas canções, substituindo mas não ficando por baixo o "adjudicar" e "hospedar" de "Nosso Sonho" e hits mais antigos.

O rapper norte americano Flo-Rida (mais conhecido no Brasil por seu hit "Good Feeling," que samplea a voz da eterna Etta James) mostrou-se interessado em gravar com algum artista brasileiro, e Buchecha foi o selecionado. Embora não tenha havido encontro entre os dois e os vocais tenham sido gravados separadamente, "Baile em Miami" mescla versos em português de Buchecha junto com os versos acelerados em inglês de Flo-Rida. A cidade Miami é comentada no refrão e no título por motivos óbvios: é lá que nasceu o 'miami bass,' batida frequente que originou o chamado funk carioca em terras brasileiras e teve a dupla como uma de suas mais famosas estrelas.

Que Claudinho & Buchecha já cantaram hits de outros artistas, como Lulu Santos ("Tempos Modernos" - 1996) e Marina Lima ("Uma Noite e Meia" – 1997) não é novidade para os fãs e admiradores mais dedicados. Porém a surpresa do disco fica por conta de "Lua," versão do sucesso de Fábio Jr. Com um ritmo mais acelerado e dançante, Buchecha trabalhou na canção e não deixou por baixo da original do pai do Fiuk.

O destaque fica com a produção de Clauci Júlio, melhor conhecido como Buchechinha, filho do astro. Buchechinha ajudou a produzir grande parte das faixas, além de estrelar um dueto com o pai na romântica "Pensamentos Voam," de longe uma das melhores canções do disco.

O trocadilho da bem humorada "Cor Sim, Cor Não," que fala sobre a infidelidade da namorada do pobre dito cujo do refrão, pode remeter os fãs a "Berreco," de 2000, que tem um tema semelhante e também bem divertido (é o boi... é o boi...) porém nem de longe possui a mesma qualidade e ritmo da antecessora, ficando facilmente entre as menos aclamadas do álbum.

Em "Princesa Funkeira," Buchecha canta nomes de comunidades e favelas do Rio de Janeiro, na qual algumas, como Coronel e Salgueiro, foi lar do próprio nos tempos de infância e adolescência. Essas citações pode se considerar realmente uma volta às origens do cantor, já que é comum entre os MCs, principalmente nos anos 90, cantar raps citando diversos nomes de comunidades, como Buchecha já fez com Claudinho na reveladora "Rap do Salgueiro" e "Rap da União," e outros como Cidinho e Doca, William e Duda, e Bob Rum, já fizeram em outros sons.
[ATUALIZAÇÃO: 13/03/14]: No dia 11 de março, a Warner soltou a música como single do disco, confira, clicando aqui, o vídeo postado pelo próprio Buchecha nas redes sociais.

Talvez como um apelo a popularidade e divulgação do disco, Buchecha divide o remix de  "Gamou" com o polêmico e nada musical Mr. Catra, figurinha carimbada em bailes funk e "obras" que não soam em nada como música. Ainda assim, era esperado que algum MC do desprezível funk carioca atual, que cita sexo, ostentação e dinheiro, fosse aparecer em alguma peça com Buchecha, pois, afinal, é uma vertente (ruim) do (bom) ritmo que ele faz.

Em resumo, Adesivo é um bom álbum que, embora não esteja entre os melhores álbuns de Buchecha, tanto solo como com o parceiro Claudinho, é um ótimo trabalho para se ouvir e se adquirir agora, pois ainda é superior, e muito, que Anitta, Naldo, Koringa e outros que fazem funk melody atualmente.

Aos interessados, o álbum está disponível a se ouvir completo e gratuitamente no site Deezer, e à venda nas lojas e sites de compras na Internet. Abaixo, assista ao clipe de "Frutilly," lançado pouco antes do álbum.