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sábado, 8 de setembro de 2012

Meu Amigo Michael, de Frank Cascio

Livro revela lado particular de Michael que nem mesmo os fãs conheciam e 'limpa' ainda mais sua imagem deturpada construída pela mídia.

Pela sinopse já se nota. Mais um livro lançado por uma pessoa próxima de Michael Jackson. Como de costume, os fãs que inicialmente se interessam pelo assunto, acabam por cair em desconfiança. Será um relato verdadeiro? Será que vai contar mentiras a respeito do astro? Será que é mais um alguém aproveitador querendo lucrar em cima da imagem caricata que montaram de Michael ao longo dos anos? Será que vai acabar por denegrir mais ainda o astro?

Capa do lançamento em solo brasileiro.
Eu, como fã, tive o mesmo pensamento de início. Ao menos, o sobrenome do autor me trazia esperanças de que o conteúdo era fiel: Cascio. Após a morte de Michael, soube-se que a família Cascio era bastante íntima dele e que, só não se sabia disso antes publicamente, porque o próprio Michael e a família concordavam de manter tudo em sigilo, por segurança de ambos. O nome Cascio me era familiar por conta do último álbum oficial lançado em 2010, intitulado somente de “Michael”. No making of da produção do disco, Eddie Cascio havia produzido algumas faixas, como Breaking News e Keep Your Head Up, além de ter dito boas palavras sobre o amigo famoso. Eddie é irmão de Frank Cascio, autor do livro. Para mim, isso era um bom sinal.

Na realidade, sem Michael entre nós, toda obra sobre ele, até mesmo positiva, acaba tornando-se duvidosa, por conta de que seus autores podem muito bem citar o que quiserem ou entenderam de situações sem que o próprio dono do tema possa confirmar ou desmentir o que foi publicado. Cabe ao bom senso e escolha de cada fã decidir o que ler e levar a frente, o que acaba sempre causando divergências entre os grupos de admiradores de Michael.

Nesse caso, uma coisa é certa: Frank não teria porquê publicar e contar tantos momentos positivos a respeito de Michael Jackson. É comprovado que o que mais vende e dá dinheiro sobre o astro são mentiras, notícias de tablóides sensacionalistas e, principalmente, material falso que destaque seu relacionamento com crianças. Qualquer ponto que possa levantar suspeitas sobre Michael Jackson é altamente rentável desde o fim dos anos 1980. No entanto, Meu Amigo Michael é totalmente o oposto.

Frank conta com detalhes sua vida com Michael, partindo do ponto que conheceu o astro em 1984, até então apenas uma criança de 4 anos de idade. Livre da visão de magnificência de Jackson lenda que o público de fora usualmente carrega, Frank pôde conceder um relato íntegro e imparcial sobre Michael e suas experiências com ele. Diria que as partes que merecem destaque são, por razões óbvias, as que narram

• como Michael lidou com as acusações de 1993 e 2003;
• como se envolveu com as famílias Chandler e Arvizo;
• os processos judiciais em geral;
• o julgamento do século;
• as turnês;
• a produção do disco
Invincible e gravação dos curtas de One More Chance e Unbreakable;
• o acidente durante a performance de Earth Song no Michael Jackson & Friends


e mais, tudo relatado sob uma visão protegida do estrelato de Michael, citando-o apenas como um amigo íntimo, o que torna todo o livro bem mais cativante e envolvente. Frank despeja momentos duros, tristes, revoltantes e brigas que Michael teve que passar em sua vida, mas também ocasiões alegres, felizes e até engraçadas, demonstrando com fidelidade como Michael era simplesmente uma pessoa comum e humilde, que aconteceu de ser o maior artista de todos os tempos com um talento descomunal, mas ainda assim tinha em mente apenas a vontade de fazer bem para a humanidade e para o planeta, mesmo sendo crucificado por conta de acusações falsas e vítima de escárnio popular. Muitos de fora carregam opiniões de que Michael era ingênuo e infantil, mas certos relatos de Frank desmentem alguns pensamentos, ao mesmo tempo que comprovam outros.

Além das mais de 300 páginas, o livro traz fotos inéditas de Michael com a família Cascio, provenientes do acervo pessoal de Frank, Eddie e da família como um todo (segue uma delas abaixo)

No entanto, é muito possível que alguns acontecimentos e histórias sobre Michael que Frank conta sejam difíceis de acreditar para alguns fãs, cogitando se são realmente verdadeiros ou fantasias do autor. (mesmo não tendo motivo para tal feito)

Primeira foto de Michael Jackson
com Frank Cascio, em 1984,
do acervo pessoal do autor.
No geral, o livro Meu Amigo Michael, juntamente com o documentário em vídeo A Vida de Um Ícone, são as maiores provas lançadas oficialmente que temos para mostrar o verdadeiro Michael Jackson para os leigos e ignorantes.

No início e durante a obra, Frank Cascio cita frequentemente Michael Jackson como um pai, um filho, um irmão e um amigo.

Mas, na real, ele não era isso tudo apenas para ele, mas também para milhões de pessoas, mesmo não sendo do modo convencional, algo que o próprio Cascio acaba por reconhecer após junho de 2009.

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sábado, 19 de maio de 2012

Análise: Who’s Bad – The Ultimate Michael Jackson Tribute Band

Com três shows em solo brasileiro, a banda (traduzindo literalmente: A Maior Banda Tributo de Michael Jackson) apresenta um espetáculo digno para o maior artista da música internacional que já viveu


Estive na noite de quarta-feira, dia 16/05, no bairro de Pompéia, São Paulo, na apresentação da banda norte americana Who’s Bad, cujo repertório é totalmente composto das melhores canções da carreira de Michael. Com o objetivo de perpetuar (ainda mais) as músicas e trabalho de Michael Jackson, a banda é integrada por dois back vocal, também dançarinos, dois covers de Michael (que variam as músicas), um baterista, um baixista e um guitarrista. Todas as canções são apresentadas ao vivo, sem nenhum CD ou MP3 de Michael rolando de fundo. Os cantores, sempre vestidos a la Michael, apresentam um vocal diferente do original de Michael, mais puxado para o lado do jazz, bem americanizado. As coreografias, embora algumas vezes modificadas, são executadas em perfeita sincronia e correspondem muito as originais.
Sem palavras também para os músicos que tocaram os instrumentos, em especial ao baterista, que dá um show a parte ao final de Black or White!

O repertório da banda traz os maiores sucessos de Michael, espanando desde o medley de Jackson 5 até as mais recentes They Don’t Care About Us e Earth Song.

O baterista Darion Alexander
O que me surpreendeu foi a performance de uma canção que Michael nunca performou ao vivo, a pérola às vezes abandonada do álbum Thriller: P.Y.T. (Pretty Young Thing). É muito bom poder acompanhar uma canção nunca apresentada ao vivo por Michael, pois, para quem já é fã de longa data e sabe os passos de cabeça, é satisfatório assistir uma nova coreografia baseada nos movimentos do artista, e acredito que tenha sido este o motivo dos dançarinos de apresentá-la na performance.

O que estranhei de inicio mas depois me conformei foi o figurino e aparência adotada para alguns números. Um bom exemplo é a primeira aparição de um dos dois covers, em Rock With You. A visão que vem na mente dos fãs e dos admiradores ao ouvir aquela introdução de bateria é o Michael adulto, com 21 anos, black power e traje brilhante, mas no lugar o cover entra no palco com um terno semelhante ao utilizado por Michael em meio ao julgamento de 2005, incluindo o óculos escuros e o cabelo liso no ombro. Vendo por outro lado, acredito que o propósito da banda neste quesito foi o de inovar, não apresentar o que muitos covers e homenagens a Michael já fazem com freqüência, e conceder uma novidade ao público.

Joseph Bell, um dos covers
de Michael Jackson
Outra diferença das já famosas performances foi na apresentação de The Way You Make Me Feel. O dançarino convida, de inicio, várias “garotas bonitas” para subir no palco, mas o público todo que se senta próximo ao palco na parte baixa do teatro obedece, inclusive crianças. O cover então dá espaço para cada um mostrar suas habilidades artísticas executando os famosos passos de Michael, enquanto as garotas interagem com o artista imitando, é claro, a modelo Tatiana Thumbtzen no clipe da música.

O grupo, além de muito talentoso, demonstra simpatia e afeição, parando várias vezes entre as canções para cumprimentar e conversar com o público. É claramente uma distração para que o palco e o outro cover se preparem para as próximas danças, mas os agradecimentos e elogios a Michael Jackson cativam, fazendo com que o público interaja e obedeça as palavras do cover, quando este pede para gritar, bater palmas etc, e demonstrar seu carinho e amor a Michael.

Enfim, a coreografia modificada de Smooth Criminal e alguns figurinos que não correspondem a música tocada não influencia no enorme talento dos integrantes da banda, e na intenção de perpetuar e divulgar a carreira do mais extraordinário e completo artista de todos os tempos. Who’s Bad: The Ultimate Michael Jackson Tribute Band é um show digno a Michael, feito por fãs para fãs, e só por este lado já merece a atenção e presença dos fãs e admiradores.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O fim do mundo... da música.

Com mais uma morte precoce de mais uma artista fenomenal, podemos muito em breve estar com (ainda maior) falta de talento no mundo da música


O líder da banda Queen, Freddie Mercury, faleceu no ano de 1991. Antes dele, o ex-beatle John Lennon nos deixou em 1980. Um ano depois, foi a vez de Bob Marley. O Rei do Rock Elvis Presley se foi em 1977. O Padrinho do Soul James Brown em 2006. O maior recordista de todos, Michael Jackson, amargou o ano de 2009. Uma pérola do blues, Amy Winehouse, se foi em 2011. E semanas atrás perdemos o talento imprescindível da eterna diva Whitney Houston. Claro que todas estas mortes foram tragédias para a música, mas acredito que elas são os tijolos que pavimentam a maior que está por vir.
Acontece que o planeta está ficando sem talentos para o público adorar. Digo talentos, não cantores descartáveis. Temos bons e ótimos artistas atualmente, mas a morte precoce dos fenômenos que os inspiraram nos deixa a mercê de um mundo musical aonde a aparência, o marketing e a baixaria são as escadas para o sucesso. Os artistas com talento de verdade não são considerados pelo grande público, e os que tem algum talento não são nem um pouco parecidos com seus antepassados.
E o mais irônico é que o público só se lembra dos mitos depois que já se foram. Whitney Houston está novamente no topo da Billboard e entre os artistas mais ouvidos na Inglaterra.
A pergunta que fica é por que não damos valor aos verdadeiros artistas enquanto eles estão vivos para receber nossa gratidão e amor por ter nos entregado um trabalho tão lindo e tocante? Por que é preciso que a lenda deixe de ser viva para que voltemos a apreciar sua tão perfeita obra? Será que é preciso um choque para que o público perceba que estamos deixando partir os melhores de formas trágicas e retorne a lhes dar valor?
Será ainda que, mesmo após tantas mortes consecutivas, prematuras e recentes, iremos permitir que lendas como Lionel Richie, Celine Dion, Stevie Wonder, Paul McCartney, Cyndi Lauper, Phil Collins, Tina Turner entre mais partam antes que possamos dar ouvidos a suas obras maravilhosas? O pior é que sabemos que é exatamente isso que vai acontecer, e para pessoas que amam música de coração é doloroso demais assistir de camarote nossos ídolos de verdade nos deixando enquanto o público responde com total indiferença dando atenção à mediocridade e obscenidade.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A arte de criar legendas

Sim, a responsabilidade daquela pessoa que digita as palavrinhas debaixo do filme é enorme. Saiba porque.


Passei a utilizar internet em casa por volta do ano de 2004. Em 2005, tornei-me fã de Michael Jackson (devido meu interesse em aprender inglês). Usando conexão discada, sempre quis transmitir a mensagem de suas músicas para o Brasil, de modo que quem fosse assistir não precisasse conhecer o artista ou a canção, bastasse ler a tradução e já saber seu significado e, deste modo, conceber uma breve idéia de quem é o artista. Mas, por conta da limitação de velocidade da conexão, foi só em 2007 que consegui postar meu dois primeiros vídeos legendados no YouTube, numa extinta conta de nome “mikejermaine.” (vídeo clipes Man In The Mirror e Leave Me Alone)

Desde este aquele ano até então, ano de 2012, já postei na web mais de 400 vídeos legendados em relação a Michael Jackson, nos sites como YouTube e 4shared. Alguns circulam com os créditos retirados, outros em contas de terceiros. Como já traduzi outros assuntos, outras pessoas postam e compartilham os vídeos e existam vários sites de vídeos (Google Video, YouTube, UOL, 4shared), acredito que o total de traduções que já postei na web ronda a casa dos 700 ou 800 vídeos.

Mas foi a partir daí, principalmente por conta das críticas e elogios de quem assiste, que comecei a perceber a responsabilidade que carrega uma pessoa que realiza tradução. Não só legendas, mas traduções em geral.

No caso de vídeos (em geral, inclusive filmes, trailers, entrevistas, documentários) o tradutor deve tomar extremo cuidado para não traduzir algo errado. Não digo somente de erros que acontecem por digitar ou traduzir errado alguma palavra. Acontece principalmente devido a fala do vídeo. Deve-se julgar, por exemplo, quando uma pessoa no vídeo está séria, bem humorada, formal, brincalhona, violenta, agressiva. Sim, o humor do interlocutor pode alterar a palavra certa que se deve traduzir sua sentença, pondo em prática aí o processo chamado de adaptação. Todo filme passa por um árduo processo de adaptação. Claro que nem todas as obras acabam por fim fiéis ou corretas ao que o personagem está realmente falando ou quer realmente significar.


O processo de adaptação envolve não só o humor da pessoa que será traduzida, mas também a cultura local, no caso, a brasileira. Supondo que em uma cena de algum filme de ação americano, o maior e mais violento traficante de Los Angeles grite para alguém “Get the fuck out of here!” (algo como vá embora daqui) Traduzindo-a literalmente, o palavrão da frase já a deixa sem sentido, tendo que ser removido... ou não, se não for literal. Avaliando o humor e personalidade do personagem, seria possível que um gangster deste cacife gritasse tão formalmente um “vá embora daqui”? Ou, levando em conta seu humor e ainda a cultura local do Brasil, ele não teria dito um singelo “CAI FORA DAQUI, P*RRA!”? No entanto, a mesma sentença pode ser proferida por outro personagem do filme, digamos que por um amigo que foi surpreendido por um presente inesperado de outro cara. Pelo tom de sua voz e humor espalhafatoso, já não seria possível que ele dissesse a mesma coisa que disse o traficante da cena anterior, mesmo que seja a mesma frase em inglês, exatamente por ter sido utilizada como gíria.

Já no caso Michael Jackson, o serviço mais específico que executo, é necessário muito coração. Coração de fã, eu digo. Sem querer insinuar que tenho o maior coração de fã do mundo, mas deve-se escolher com atenção e seleção as palavras corretas a traduzir seus discursos, entrevistas, diálogos em filmes etc, pois quando Michael fala não é como uma pessoa qualquer. Ele seleciona muito bem as palavras que profere, passa uma tamanha personalidade através da voz e é por isso que é necessária total atenção e até mesmo conhecimento de quem é a pessoa Michael Jackson para que a tradução saia satisfatória tanto para fãs quanto para pessoas que o conhecem por ouvido.

Quem cria legendas serve de ponte para o conhecimento, por isso que se carrega uma grande responsabilidade, não só com o público que vai ler suas palavras no rodapé de algum vídeo, mas também com o interlocutor que está conversando em outro idioma no vídeo. Qualquer tradução errada pode acabar por levar as pessoas a interpretar a cena, entrevista, trailer ou diálogo de forma errônea, acabando por julgar errado a pessoa que teve a fala traduzida ou o próprio vídeo. Isso é inadmissível para quem traduz. Uma coisa é você servir de ponte direta e acessível para o entendimento e conhecimento e levar a mensagem do vídeo às pessoas, outra é você servir como um perigoso campo minado, porque, assim como minas, os erros são pequenos porém podem resultar em grandes estragos.